Vacinação na Gestação: Proteção para a Mãe e o Bebê

A vacinação durante a gestação é um tema de extrema importância para a saúde tanto da mãe quanto do bebê. Quando falamos de imunizações durante esse período, estamos nos referindo a uma forma eficaz de proteger ambos contra doenças potencialmente graves. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) possui um calendário específico para gestantes, atualizado para 2024/2025, que esclarece quais vacinas são recomendadas, em quais situações e os benefícios de cada uma.

Por que a vacinação na gestação é tão importante?

Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por diversas mudanças, algumas das quais podem tornar o sistema imunológico mais vulnerável. Assim, doenças que normalmente seriam apenas desconfortáveis podem ter consequências mais sérias. Além disso, a vacinação durante a gestação ajuda a transferir anticorpos para o feto, protegendo o bebê nos primeiros meses de vida, quando ele ainda não pode ser vacinado.

Vacinas recomendadas para gestantes

  1. Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa)
    A vacina dTpa, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, é fortemente recomendada durante todas as gestações. Além de proteger a gestante, ela é fundamental para evitar que a mãe transmita coqueluche para o recém-nascido. A vacinação também permite que os anticorpos sejam transferidos ao feto, garantindo proteção ao bebê nos primeiros meses de vida. O ideal é que a dose seja aplicada a partir da 20ª semana de gestação.
  2. Hepatite B
    Gestantes que nunca foram vacinadas contra hepatite B devem seguir o esquema de três doses (0-1-6 meses). A vacinação é crucial para evitar a infecção, que pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto.
  3. Influenza (Gripe)
    A vacinação anual contra a gripe é indicada para todas as gestantes, uma vez que elas estão em um grupo de risco para complicações mais graves da infecção. Em casos específicos, como situações epidemiológicas de risco ou em gestantes imunodeprimidas, pode-se considerar uma segunda dose após três meses.
  4. Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
    O VSR é um dos principais causadores de infecções respiratórias graves em bebês. A vacina, aplicada entre a 32ª e a 36ª semana de gravidez, protege o recém-nascido nos primeiros meses de vida. Há também a opção de proteção por meio do anticorpo monoclonal administrado diretamente no bebê após o nascimento.
  5. Covid-19
    Gestantes fazem parte dos grupos contemplados para a vacinação contra a Covid-19. É importante consultar as recomendações mais atualizadas e verificar as vacinas disponíveis no sistema público e privado.

Situações especiais

Algumas vacinas são recomendadas apenas em situações específicas. Por exemplo, a vacina contra a hepatite A pode ser aplicada em gestantes em situações de risco de exposição ao vírus. Além disso, vacinas pneumocócicas, meningocócicas e contra a febre amarela podem ser administradas em circunstâncias especiais, avaliadas pelo médico com base no risco de infecção.

Vacinas que devem ser evitadas

É importante destacar que algumas vacinas, como a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), HPV e varicela, são contraindicadas durante a gestação, pois envolvem vírus vivos atenuados, que podem representar um risco ao feto. Nesses casos, a vacinação deve ser adiada para o período do puerpério.

Considerações finais

A vacinação durante a gestação é uma poderosa aliada para proteger tanto a mãe quanto o bebê. É fundamental que as gestantes mantenham seu calendário vacinal em dia, sigam as orientações do profissional de saúde e garantam que os anticorpos sejam transmitidos ao feto, oferecendo proteção desde o nascimento. A saúde do bebê começa antes mesmo de ele vir ao mundo, e a vacinação é uma das formas mais seguras de garantir essa proteção.

Se precisar, estou à disposição na Clínica Pueritia para te ajudar com mais informações– envie uma mensagem via WhatsApp e agende a consulta do seu filho!

Outras públicações

Dra. Daniela Gorga do Amaral

Pediatra Geral e Gastroenterologista Pediátrica

Médica formada pela Faculdade de Medicina do ABC, possui residência em pediatria geral e em gastroenterologia pediátrica pela Universidade Federal de São Paulo. É membro da Sociedade Brasileira de Pediatria e médica do Hospital Israelita Albert Einstein e do Fleury.